sexta-feira, 20 de abril de 2012

A REVOLTA DOS MACABEUS





O helenismo foi à concretização de um ideal de um homem conhecido como Alexandre o grande.
Designa-se por período helenístico (do grego, hellenizein – "falar grego", "viver como os gregos") o período da história da Grécia e de parte do Oriente Médio compreendido entre a morte de Alexandre o Grande em 323 a.C. e a anexação da península grega e ilhas por Roma em 146 a.C. Caracterizou-se pela difusão da civilização grega numa vasta área que se estendia do mar Mediterrâneo oriental à Ásia Central. De modo geral, o helenismo foi a concretização de um ideal de Alexandre: o de levar e difundir a cultura grega aos territórios que conquistava. Foi naquele período que as ciências particulares tiveram seu primeiro e grande desenvolvimento. Foi o tempo de Euclides e Arquimedes. O helenismo marcou um período de transição para o domínio e apogeu de Roma.




Durante o período helenista foram fundadas várias cidades de cultura grega, entre elas Alexandria e Antioquia, capitais do Egipto ptolemaico e do Império Selêucida, respectivamente. 

O Império Selêucida foi um estado político helenista que existiu após a morte de Alexandre III da Macedónia, cujos generais entraram em conflito pela divisão de seu império. Entre 323 e 60 a.C. existiram mais de 30 reis da dinastia selêucida.




Em 336 a.C., Alexandre o Grande, filho de Filipe II tornou-se rei da Macedônia e dois anos depois senhor de toda a Grécia. Durante o seu curto reinado de treze anos (de 336 até 323 a.C.) Alexandre realizou a conquista de territórios mais rápida e espectacular da Antiguidade.
 
Procurando realizar o sonho do seu pai, Alexandre lançou à conquista do Império Persa de Dario III, que na época governava praticamente todo o Médio Oriente. Bastariam quatro anos e três batalhas (Granico, Issus e Gaugamela) para derrotar o soberano e destruir o Estado aquemênida. Os três anos que se seguiram, até 327 a.C., foram dedicados à conquista das províncias da Ásia Central denominadas satrapias. Por volta de 325 a.C. Alexandre já se achava no Vale do Indo. Segundo o que se pensa, o macedônio pretendia ir até o Ganges, mas seus soldados recusaram-se a avançar mais, sendo Alexandre forçado a ordenar o regresso.
 
Alexandre associou as antigas classes indigentes do Império Aquemênida à estrutura de governo do seu império. Pretendia assim criar um grande estado multiétnico, onde a herança grega e macedônia coexistiria com a herança persa e asiática. A morte prematura do rei, aos trinta e três anos, deu por terminado este original projeto, na época criticado por macedônios e gregos.

Os macabeus (do hebraico מכבים ou מקבים, makabim ou maqabim, "martelos"; em grego: Μακκαβαῖοι, [makav'εï]) foram os integrantes de um exército rebelde judeu que assumiu o controle de partes da Terra de Israel, até então um Estado cliente do Império Selêucida. Os macabeus fundaram a dinastia dos Hasmoneus, que governou de 164 a 63 a.C., reimpuseram a religião judaica, expandiram as fronteiras de Israel e reduziram no país a influência da cultura helenística.








Seu membro mais conhecido foi Judas Macabeu, assim apelidado devido à sua força e determinação.














Os macabeus durante anos lideraram o movimento que levou à independência da Judéia, e que reconsagrou o Templo de Jerusalém, que havia sido profanado pelos gregos. Após a independência, os hasmoneus deram origem à linhagem real que governou Israel até sua subjugação pelo domínio romano em 63 a.C.


INICIO DA REVOLTA


Com a proibição em 167 a.C. da prática do judaísmo pelo decreto de Antíoco IV e com a introdução do culto do Zeus Olímpico no Templo de Jerusalém, muitos judeus que decidem resistir a esta assimilação acabam sendo perseguidos e mortos. Conforme diz o livro de (1 Macabeus 1:56-64):

"Quanto aos livros da Torá, os que lhes caíam nas mãos eram rasgados e lançados ao fogo. Onde quer que se encontrasse, em casa de alguém, um livro da Aliança ou se alguém se conformasse à Torá, o decreto real o condenava à morte. Na sua prepotência assim procediam, contra Israel, com todos aqueles que fossem descobertos, mês por mês, nas cidades. No dia vinte e cinco de cada mês ofereciam-se sacrifícios no altar levantado por sobre o altar dos holocaustos. Quanto às mulheres que haviam feito circuncidar seus filhos, eles, cumprindo o decreto, as executavam com os mesmo filhinhos pendurados a seus pescoços, e ainda com seus familiares e com aqueles que haviam operado a circuncisão. Apesar de tudo, muitos em Israel ficaram firmes e se mostraram irredutíveis em não comerem nada de impuro. Eles aceitaram antes morrer que contaminar-se com os alimentos e profanar a Aliança sagrada, como de fato morreram. Foi sobremaneira grande a ira que se abateu sobre Israel".


Entre os judeus que permanecem fiéis à Torá, está o sacerdote Matatias, chamado de Hasmoneu devido ao nome do patriarca de sua linhagem (Hasmon). Recusando-se a servir no templo profanado, Matatias se exila com sua família em sua propriedade em Modin. Matatias tem cinco filhos: João, Simão, Judas, Eleazar e Jônatas. Convocados para os sacríficios sacrílegos, Matatias acaba matando o emissário real e um sacerdote que se propõe a oficiar os sacríficios. Convoca então os judeus fiéis à Torá e foge com seus filhos para as montanhas, iniciando o movimento de resistência contra o domínio estrangeiro, destruindo altares, circuncidando meninos à força e recuperando a Torá das mãos dos gentios.


 
JUDAS MACABEU


Matatias morre em 166 a.C., e seu filho Judas assume a liderança da resistência. Judas desenvolve técnicas de guerrilha, que vence as contínuas tropas selêucidas enviadas. Apesar de alguns explicarem tal como "intervenção divina", Antíoco também tinha de se preocupar com outras revoltas em seu império. Em 164 a.C., Judas e seus homens conseguem tomar Jerusalém e rededicar o Templo, no que ficaria conhecida como a Festa de Chanucá.


"No dia vinte e cinco do nono mês - chamado Casleu - do ano cento e quarenta e oito, eles se levantaram de manhã cedo e ofereceram um sacrifício, segundo as prescrições da Lei, sobre o novo altar dos holocaustos que haviam construído. Exatamente no mês e no dia em que os gentios o tinham profanado, foi o altar novamente consagrado com cânticos e ao som de cítaras, harpas e címbalos (…) E Judas, com seus irmãos e toda a assembléia de Israel, estabeleceu que os dias da dedicação do altar seriam celebrados a seu tempo, cada ano, durante oito dias, a partir do dia vinte e cinco do mês de Casleu, com júbilo e alegria". (1 Macabeus 4:52-54,59)

Com a morte de Antíoco IV em 164 a.C, a luta de resistência prossegue contra Antíoco V (164-162 a.C.), seu filho, e o regente Lísias e, a seguir, contra Demétrio I Sóter (161-150 a.C).


DINASTIA HASMONÉIA


Com a morte de Judas, a liderança da família e da revolta contra o Império Selêucida passa para o seu irmão Jônatas. Jônatas faz vários acordos e alianças com vários países, como Esparta e inclusive com a potência da época, a República Romana, para que fosse reconhecido a situação de Israel como nação livre perante o império selêucida. Jônatas prossegue com a revolta, até que no ano de 153 a.C ganha o cargo de sumo sacerdote de Israel por decreto de Alexandre Balas, rei selêucida. Jônatas se aliara a Alexandre, na tentativa deste de usurpar o trono de Demétrio I Sóter. Quando Alexandre consegue o trono, ele recompensa Jônatas, a qual permite governar quase que com total independência a Judéia. Entretanto, o rei sucessor de Alexandre, o rei Antíoco VI, torna-se hostil aos judeus, o que provoca nova guerra, dessa vez liderada por Simão, irmão de Jônatas e atual sumo sacerdote.

Por fim, a real independência da Judéia vem no governo de João Hircano I, filho de simão, que se tornou sumo sacerdote e foi coroado rei da Judéia. João Hircano ainda enfrentou uma nova tentativa de invasão do Império Selêucida sob o comando do rei Antíoco VII. De acordo com a lenda, o rei João Hircano I, abriu o sepulcro do Rei Davi e de lá retirou três mil talentos, que entregou a Sidetes para que esse poupasse Jerusalém. Antíoco, então, atacou a Pártia, apoiado pelos judeus, e, por um curto tempo, recuperou a Mesopotâmia, Babilônia e a região dos Medos, antes de cair em uma emboscada e ser morto por Fraates II de Pártia. O reino Selêucida, então, se restringiu à Síria. Com isso a independência da Judéia como um reino independente sob a dinastia Hasmonéia é assegurada.

Durante o reinado de João Hicarno I e de Alexandre Janeu, há uma expansão do reino judeu, que incorpora regiões importantes da Palestina, como Mádaba, Samega, Siquém, Adora, Marisa e a Iduméia. Nesse processo, há uma ajudaização forçada das populações conquistadas.Por essa época é que surgem os três grandes partidos políticos da Judéia: Fariseus, Saduceus e os Essênios. As crueldades cometidas por João Hircano I contra as cidades conquistadas e as populações forçadamente judaizadas provocam a primeira reação dos Fariseus contra os governantes Macabeus. A partir deste momento João Hircano I alia-se aos saduceus e rompe com os fariseus. Durante os próximos reinados, de Alexandre Janeu (104-103 a.c) e de Aristóbulo I (103-76 a.c), os governantes Hasmoneus se apoiam nos Saduceus contra os Fariseus. Entretanto, durante o reinado da rainha Salomé Alexandra (76-66 a.c), há uma aproximação da monarca com o partido Fariseu, em detrimento dos Saduceus.


DECLÍNIO HASMONEU E SUBJULGAÇÃO ROMANA


A relativa independência dos judeus termina com a ascensão de Aristóbulo II ao trono. Seu irmão, João Hircano II, inicia uma guerra civil que termina com a intervenção do general romano Pompeu no ano de 63 a.C., sob o pretexto de pacificar a região. Pompeu coloca Hircano II como sumo sacerdote, entretanto lhe retira o título real e transforma a Judéia em um reino cliente subordinado a um procurador romano. No ano de 37 a.C., Marco António entrega o trono da Judéia a Herodes, o Grande, um príncipe idumeu filho do procurador romano, Antipater. Para se legitimar no trono, Herodes se casa com Mariana, a única filha e herdeira do sumo sacerdote Hasmoneu Antigono, filho de Hicarno II. Entretanto, com medo de conspirações por parte da elite judaica e dos seus filhos com Mariana, manda executar a esposa e acusa seus filhos, Alexandre e Aristóbulo IV de alta traição, que são julgados e executados em 7 a.C.


LISTA DE REIS E GOVERNANTES HASMONEUS


Judas Macabeu - 164-160 a.C. - Lidera a sua família e os rebeldes contra o Império Selêucida.
Jônatas - 160-143 a.C. - Governou como sumo sacerdote.
Simão - 142-134 a.C. - Governou como sumo sacerdote.
João Hircano I - 134-104 a.C.
Aristóbulo I - 104-103 a.C.
Alexandre Janeu - 103-76 a.C. - Primeiro Hasmoneu a tomar o título de rei, além de sumo sacerdote.
Salomé Alexandra - 76-66 a.C.
Aristóbulo II - 66-63 a.C. - Deposto pelos romanos. Seu irmão , João Hircano II , foi feito sumo sacerdote em seu lugar.
João Hircano II - 63-40 a.C. - Colocado no governo como sumo sacerdote pelos romanos.
Antígono - 40-37 a.C. - Deposto pelos romanos, foi eleito Herodes, o Grande como rei da Judéia.


Mais uma vez o desejo do meu coração é oferecer uma singela contribuição para os amantes da historia e da leitura Biblica, que o Senhor Jesus vos abençoe com graça e conhecimento amém!

Rogando bençãos sobre sua vida pessoal, familiar e ministerial. Shalom!


Pastor Bruno Alves