quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Não consigo entender!


Não consigo entender a definição de AMOR que existe atualmente. Ao navegar por redes sociais e nas muitas andanças que faço por conta da itinerância, vejo como é falho e vazio o conceito de amor pregado e vivido pela sociedade e pela maioria das igrejas cristãs de nosso tempo. Que amor é esse que nos leva a fechar os olhos para o que acontece a nossa volta, ao tempo que nos leva a nos encher de misericórdia e compaixão por países e pessoas que estão a milhares de quilômetros de distancia? quem nunca ouviu a expressão ORAI PELA PAZ EM JERUSALÉM OU ISRAEL? A questão aqui não é não orar pela paz mundial, porém não deixar de orar pela paz em nosso pais! O que tenho visto são Igrejas preocupadas em evangelizar outros povos e nosso governo preocupado em enviar ajuda humanitária para outros países enquanto dentro de nossas igrejas e em nossa própria nação existem pessoas que não são assistidas nem mesmo contempladas por esse "iluminado e despretensioso altruísmo coletivo". Não dá mais pra ver e não se pronunciar diante de tamanha inversão, de saber que existem pessoas que enviam ofertas para missionários evangelizarem e darem o que comer para crianças de outros países e ao andar pelas ruas de sua própria cidade serem incapazes de alimentar ou doar alguns minutos de sua atenção para tantos pequeninos que estão morrendo abandonados e com fome. Não consigo entender um governo que se preocupa em mandar alimento para países que sofreram tragedias naturais como a que aconteceu no Haiti, simplesmente fechar os olhos para os patrícios que morrem a míngua todos os dias com fome e sede nos sertões do nosso pais. Não consigo entender o por que dessa facilidade de amar os distantes e simplesmente ignorar os que estão perto! Não consigo entender por que cantar que que somos corpo, bem ajustados, unidos, vivendo em amor, uma família sem qualquer falsidade vivendo a verdade e expressando a glória do Senhor, quando na verdade o que nos caracteriza é a desunião, a extrema falsidade pela qual nos relacionamos e a maneira peculiar que desenvolvemos para expressar não a glória do Senhor, porém dos nossos templos luxuosos, de nossos ministérios extremamente prósperos, dos carros importados que muitas lideranças ostentam, dos membros importantes da sociedade que ocupam suas cadeiras no rol de membros de nossas igrejas. Em fim, não consigo entender a idolatria gospel que nutri o comercio da palavra de Deus e que transformou as igrejas em empresas, os pastores e levitas em empresários, o evangelho em um produto e os cristãos em vorazes consumidores. Encerro dizendo que sou a favor de evangelizarmos outras nações desde que o empenho maior seja evangelizar a nossa, sou a favor de darmos alimentos a estrangeiros desde que não negligenciemos as necessidades dos que estão a nossa volta e que oremos não só pela paz de Israel ou Jerusalém, mas pela paz nas comunidades, nas favelas becos e escadões do nosso pais e que haja paz entre todos os cidadãos da nossa pátria e que o Amor seja demonstrado não só para os que estão longe, porém para todos quantos pudermos alcançar principalmente os que estão mais perto de cada um de nós. 


Pr. Bruno Alves 

SUKOT (Cabanas ou Tendas)

Festa dos tabernáculos 


A festa de sukot (“cabanas” ou “tendas”) é conhecida, nas versões portuguesas, como “a festa dos tabernáculos”. Prescrevem as Escrituras:


“E falou YHWH a Moshé [Moisés], dizendo: Fala aos filhos de Israel, dizendo: Aos quinze dias deste mês sétimo será a festa de sukot [tendas ou “tabernáculos”] a YHWH por sete dias. Ao primeiro dia haverá santa convocação; nenhum trabalho servil fareis. Sete dias oferecereis ofertas queimadas a YHWH; ao oitavo dia tereis santa convocação, e oferecereis ofertas queimadas a YHWH; dia de proibição é, nenhum trabalho servil fareis. (...)

Porém aos quinze dias do mês sétimo, quando tiverdes recolhido do fruto da terra, celebrareis a festa de YHWH por sete dias; no primeiro dia haverá descanso, e no oitavo dia haverá descanso. E no primeiro dia tomareis para vós ramos de formosas árvores, ramos de palmeiras, ramos de árvores frondosas, e salgueiros de ribeiras; e vos alegrareis perante YHWH vosso Elohim por sete dias. E celebrareis esta festa a YHWH por sete dias cada ano; estatuto perpétuo é pelas vossas gerações; no mês sétimo a celebrareis. Sete dias habitareis em tendas; todos os naturais em Israel habitarão em tendas; Para que saibam as vossas gerações que eu fiz habitar os filhos de Israel em tendas, quando os tirei da terra do Egito. Eu sou YHWH vosso Elohim.” (Vayikrá/Levítico 23:33-36 e 39-43).

Em sukot (cabanas/tendas), o povo do ETERNO habita em tendas durante o período festivo de sete dias, recordando-se dos 40 anos em que os filhos de Israel viveram no deserto.

Lembra-se em tal festa que, mesmo residindo em frágeis cabanas no deserto, nunca faltou a provisão do ETERNO, que se manifestava em coluna de nuvem durante o dia, criando-se uma grande sombra para proteger as pessoas do forte sol, bem como em coluna de fogo durante a noite, aquecendo-se o povo do forte frio. No deserto, o ETERNO fez descer do céu, por quarenta anos, o man (“maná”) para aplacar a fome dos israelitas, e jorrou água da rocha para saciar a sede. Infere-se daí que, ao habitarmos em cabanas pelo período de sete dias na festa de sukot, expressamos nossa confiança no ETERNO, o provedor de todas as coisas, que protegeu, protege e sempre estará a proteger os filhos de Israel.

Esta festa (sukot/“tabernáculos”) também nos remete à primeira vinda de Yeshua:

“E a Palavra [a Torá] se fez carne e tabernaculou entre nós” (Yochanan/João 1:14, traduzido do aramaico).

Daí, pode-se entender que a festa de sukot simboliza Yeshua tabernaculando (fazendo morada) entre os homens. Existem muitos estudos apontando que Yeshua provavelmente nasceu durante a festa de sukot, o que realça ainda mais o brilhantismo da celebração.

Sukot é uma festa extremamente profética, já que fala do reinado messiânico de Yeshua. Assim, quando a celebramos, estamos a invocar profeticamente o retorno do Mashiach: “Vem, Senhor Yeshua!” (Guilyana/Apocalipse 22:20). Por que esta festa tem simbologia profética? Porque quando Yeshua retornar e instaurar o reinado messiânico na Terra, todos continuarão a guardar a festa de sukot:

“E YHWH reinará sobre toda a terra. Naquele dia, YHWH será um, e seu nome será um. (...)

E acontecerá que, todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém, subirão de ano em ano para adorar o Rei, YHWH dos Exércitos, e para celebrarem a festa de sukot [cabanas/‘tabernáculos’]. E acontecerá que, se alguma das famílias da terra não subir a Jerusalém, para adorar o Rei, YHWH dos Exércitos, não virá sobre ela a chuva. E, se a família dos egípcios não subir, nem vier, não virá sobre ela a chuva; virá sobre eles a praga com que o YHWH ferirá os gentios que não subirem a celebrar a festa de sukot [cabanas].



Este será o castigo do pecado dos egípcios e o castigo do pecado de todas as nações que não subirem a celebrar a festa de sukot [cabanas].” (Zecharyah/Zacarias 14:9 e 16-19)

Ora, o texto acima é de clareza solar ao estipular as consequências para aqueles que não guardarem a festa de sukot. Isto demonstra como as festas bíblicas são importantes aos olhos do ETERNO e, por tal motivo, sempre foram observadas pelos netsarim.

Vimos acima que a festa de sukot (“cabanas” ou “tendas) tem a duração de sete dias. Cumpridos estes dias, entra-se no oitavo dia, denominado de shemini atseret (“oitavo dia de assembleia festiva”):

“Sete dias oferecereis ofertas queimadas a YHWH; ao oitavo dia tereis santa convocação [trata-se de shemini atseret], e oferecereis ofertas queimadas a YHWH; dia de proibição é, nenhum trabalho servil fareis. Estes são os tempos determinados de YHWH, que apregoareis para santas convocações, para oferecer a YHWH oferta queimada, holocausto e oferta de alimentos, sacrifício e libações, cada qual em seu dia próprio; Além dos shabatot [sábados] de YHWH, e além dos vossos dons, e além de todos os vossos votos, e além de todas as vossas ofertas voluntárias, que dareis a YHWH. Porém aos quinze dias do mês sétimo, quando tiverdes recolhido do fruto da terra, celebrareis a festa a YHWH por sete dias; no primeiro dia haverá descanso, e no oitavo dia [shemini atseret] haverá descanso.” (Vayikrá/Levítico 23:36-39).

No Judaísmo rabínico, shemini atseret é chamado de Simchát Torá (“alegria da Torá”), dia em que há o costume de se concluir a leitura anual da Torá. Assim, comemora-se com júbilo que o judeu conseguiu ler a Torá inteira durante o ano, e em Simchát Torá o ciclo de leitura termina e imediatamente, no mesmo dia, se recomeça a leitura da Torá. Sobre tal festa, escreveu o rabino Joseph Ber Soloveichik:

“Simchát Torá significa a Alegria da Torá. Isso significa que não basta que um judeu sinta-se feliz com a Torá; a Torá também precisa sentir-se feliz com ele.”

Aprende-se com as lições do citado rabino que não adianta ler a Torá, mas cumprir os mandamentos do ETERNO.

Segundo Yochanan/João 7:1-6,10 e 17, Yeshua participou de todos os dias da festa de Sukot. Ora, se Shemini Atseret é a convocação sagrada no oitavo dia de Sukot, conclui-se que o Mashiach guardou esta solenidade, pois todos os israelitas voltaram para suas casas somente após a conclusão da festa, e Yeshua estava no meio deles (Jo 7:53).


Pr. Bruno Alves