O Senhor Jesus foi enfático ao fazer oposição entre o amor ao dinheiro e o serviço a Deus (Mt 6:24). Para ele, ambos são mutuamente excludentes. Entretanto, deve ficar claro que o Mestre não condenou em momento algum o uso do dinheiro. O ministério de Jesus foi apoiado financeiramente (Lc 8:3), de tal forma que havia um tesoureiro entre os discípulos (Jo 12:6). É importante frisar esse aspecto para que não se caia no extremo de condenar a utilização do dinheiro como meio de troca. Então, como já está evidente no próprio versículo, Jesus fazia referência ao “amor ao dinheiro”, que em outras palavras refere-se à centralidade que ele tem na vida de muitos homens, no lugar de Deus.
Como em quase tudo na vida, o que Deus leva em consideração não é o que fazemos, mas a motivação com que fazemos. Assim, não há nada de errado em se querer ganhar mais dinheiro. Contudo, Deus sonda nossos corações e sabe o porquê de querermos prosperar financeiramente. E é neste ponto em que está o cerne da mensagem que Cristo quis passar.
O amor ao dinheiro nada mais é que o amor a si mesmo. Ter mais dinheiro é, em geral, sinônimo de status, poder e conforto. Tudo isso, entretanto, está ligado ao desejo da carne, e não às aspirações de um cristão preocupado com o Reino de Deus. O dinheiro possibilita a satisfação de desejos e ambições que em um ser humano não regenerado nada têm a ver com a vontade de Deus.
Entretanto o que de fato me preocupa não é a forma como o ímpio faz uso de seu dinheiro, mas como cristãos, ou mais precisamente os evangélicos, o tem gasto. Eu fico intrigado ao ver carrões estacionados em frente às igrejas, muitas vezes trocados anualmente, enquanto alguns membros da mesma comunidade padecem com a falta do mínimo para viver. Pergunto-me se estou sendo radical ao me incomodar com o desfile de vestidos e joias a cada novo culto ou se só eu estou vendo que a vaidade parece gritar mais alto que as vozes que adoram a Deus durante o louvor. Não consigo ver coerência entre o discurso de priorizar o Reino de Deus sobre todas as coisas e o tratamento que muitos empresários cristãos dão a seus empregados, submetendo-os a um regime de trabalho quase escravista na ânsia de obter mais lucros.
A sensação que me vem ao conversar com alguns cristãos é de que o dízimo é uma taxa que permite a livre utilização dos outros 90% unicamente na satisfação de desejos egoístas. E aí vem os tablets e smartphones para todos os membros da família, além das roupas e calçados de marca, sem se esquecer dos óculos de grife e demais utensílios que possam adornar o corpo e tapar, ainda que só por um breve momento, o buraco existencial que existe na alma.
Como eu já disse anteriormente, as palavras de Jesus trazem um ensino bem mais profundo que uma leitura superficial do texto possa sugerir. O centro da questão está relacionado ao chamado feito a cada um de nós para negar a si mesmo e carregar a própria cruz (Lc 9:23). Alguém que ama o dinheiro ama muito mais a si próprio que a Deus e a seu próximo. Quem ama o dinheiro está preocupado em satisfazer a si mesmo muito mais que agradar a Deus ou ajudar a alguém necessitado.
O amor ao dinheiro apenas revela o que há por trás da máscara que vestimos. Mas o que mais me entristece e preocupa é que eu e você podemos estar vestindo a máscara da religião, tentando maquiar com dízimos e ofertas o Mamom que pode estar reinando em nossos corações. Que Deus tenha misericórdia de nós!
Pr. Bruno Alves
Olá Pastor Bruno, tudo bem? Gostei muito desta postagem. Concordo plenamente, tem pessoas que são tão pobres de espírito que não tem absolutamente nada a mais do que só o dinheiro.
ResponderExcluirParabéns pela postagem! Vanessa. http://incondicionalamordeus.blogspot.com.br/
Olha vanessa quero lhe agradecer pelos seus comentários e lhe pedir que me ajude a divulgar o blog, pois sei que Deus vai abençoar muitas vidas através dele que Deus lhe abençoe e que vc saiba que a cada comentário de pessoas como vc vou sendo motivado a continuar escrevendo que Deus lhe abençoe muito amém!
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