quarta-feira, 22 de outubro de 2014

SUKOT (Cabanas ou Tendas)

Festa dos tabernáculos 


A festa de sukot (“cabanas” ou “tendas”) é conhecida, nas versões portuguesas, como “a festa dos tabernáculos”. Prescrevem as Escrituras:


“E falou YHWH a Moshé [Moisés], dizendo: Fala aos filhos de Israel, dizendo: Aos quinze dias deste mês sétimo será a festa de sukot [tendas ou “tabernáculos”] a YHWH por sete dias. Ao primeiro dia haverá santa convocação; nenhum trabalho servil fareis. Sete dias oferecereis ofertas queimadas a YHWH; ao oitavo dia tereis santa convocação, e oferecereis ofertas queimadas a YHWH; dia de proibição é, nenhum trabalho servil fareis. (...)

Porém aos quinze dias do mês sétimo, quando tiverdes recolhido do fruto da terra, celebrareis a festa de YHWH por sete dias; no primeiro dia haverá descanso, e no oitavo dia haverá descanso. E no primeiro dia tomareis para vós ramos de formosas árvores, ramos de palmeiras, ramos de árvores frondosas, e salgueiros de ribeiras; e vos alegrareis perante YHWH vosso Elohim por sete dias. E celebrareis esta festa a YHWH por sete dias cada ano; estatuto perpétuo é pelas vossas gerações; no mês sétimo a celebrareis. Sete dias habitareis em tendas; todos os naturais em Israel habitarão em tendas; Para que saibam as vossas gerações que eu fiz habitar os filhos de Israel em tendas, quando os tirei da terra do Egito. Eu sou YHWH vosso Elohim.” (Vayikrá/Levítico 23:33-36 e 39-43).

Em sukot (cabanas/tendas), o povo do ETERNO habita em tendas durante o período festivo de sete dias, recordando-se dos 40 anos em que os filhos de Israel viveram no deserto.

Lembra-se em tal festa que, mesmo residindo em frágeis cabanas no deserto, nunca faltou a provisão do ETERNO, que se manifestava em coluna de nuvem durante o dia, criando-se uma grande sombra para proteger as pessoas do forte sol, bem como em coluna de fogo durante a noite, aquecendo-se o povo do forte frio. No deserto, o ETERNO fez descer do céu, por quarenta anos, o man (“maná”) para aplacar a fome dos israelitas, e jorrou água da rocha para saciar a sede. Infere-se daí que, ao habitarmos em cabanas pelo período de sete dias na festa de sukot, expressamos nossa confiança no ETERNO, o provedor de todas as coisas, que protegeu, protege e sempre estará a proteger os filhos de Israel.

Esta festa (sukot/“tabernáculos”) também nos remete à primeira vinda de Yeshua:

“E a Palavra [a Torá] se fez carne e tabernaculou entre nós” (Yochanan/João 1:14, traduzido do aramaico).

Daí, pode-se entender que a festa de sukot simboliza Yeshua tabernaculando (fazendo morada) entre os homens. Existem muitos estudos apontando que Yeshua provavelmente nasceu durante a festa de sukot, o que realça ainda mais o brilhantismo da celebração.

Sukot é uma festa extremamente profética, já que fala do reinado messiânico de Yeshua. Assim, quando a celebramos, estamos a invocar profeticamente o retorno do Mashiach: “Vem, Senhor Yeshua!” (Guilyana/Apocalipse 22:20). Por que esta festa tem simbologia profética? Porque quando Yeshua retornar e instaurar o reinado messiânico na Terra, todos continuarão a guardar a festa de sukot:

“E YHWH reinará sobre toda a terra. Naquele dia, YHWH será um, e seu nome será um. (...)

E acontecerá que, todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém, subirão de ano em ano para adorar o Rei, YHWH dos Exércitos, e para celebrarem a festa de sukot [cabanas/‘tabernáculos’]. E acontecerá que, se alguma das famílias da terra não subir a Jerusalém, para adorar o Rei, YHWH dos Exércitos, não virá sobre ela a chuva. E, se a família dos egípcios não subir, nem vier, não virá sobre ela a chuva; virá sobre eles a praga com que o YHWH ferirá os gentios que não subirem a celebrar a festa de sukot [cabanas].



Este será o castigo do pecado dos egípcios e o castigo do pecado de todas as nações que não subirem a celebrar a festa de sukot [cabanas].” (Zecharyah/Zacarias 14:9 e 16-19)

Ora, o texto acima é de clareza solar ao estipular as consequências para aqueles que não guardarem a festa de sukot. Isto demonstra como as festas bíblicas são importantes aos olhos do ETERNO e, por tal motivo, sempre foram observadas pelos netsarim.

Vimos acima que a festa de sukot (“cabanas” ou “tendas) tem a duração de sete dias. Cumpridos estes dias, entra-se no oitavo dia, denominado de shemini atseret (“oitavo dia de assembleia festiva”):

“Sete dias oferecereis ofertas queimadas a YHWH; ao oitavo dia tereis santa convocação [trata-se de shemini atseret], e oferecereis ofertas queimadas a YHWH; dia de proibição é, nenhum trabalho servil fareis. Estes são os tempos determinados de YHWH, que apregoareis para santas convocações, para oferecer a YHWH oferta queimada, holocausto e oferta de alimentos, sacrifício e libações, cada qual em seu dia próprio; Além dos shabatot [sábados] de YHWH, e além dos vossos dons, e além de todos os vossos votos, e além de todas as vossas ofertas voluntárias, que dareis a YHWH. Porém aos quinze dias do mês sétimo, quando tiverdes recolhido do fruto da terra, celebrareis a festa a YHWH por sete dias; no primeiro dia haverá descanso, e no oitavo dia [shemini atseret] haverá descanso.” (Vayikrá/Levítico 23:36-39).

No Judaísmo rabínico, shemini atseret é chamado de Simchát Torá (“alegria da Torá”), dia em que há o costume de se concluir a leitura anual da Torá. Assim, comemora-se com júbilo que o judeu conseguiu ler a Torá inteira durante o ano, e em Simchát Torá o ciclo de leitura termina e imediatamente, no mesmo dia, se recomeça a leitura da Torá. Sobre tal festa, escreveu o rabino Joseph Ber Soloveichik:

“Simchát Torá significa a Alegria da Torá. Isso significa que não basta que um judeu sinta-se feliz com a Torá; a Torá também precisa sentir-se feliz com ele.”

Aprende-se com as lições do citado rabino que não adianta ler a Torá, mas cumprir os mandamentos do ETERNO.

Segundo Yochanan/João 7:1-6,10 e 17, Yeshua participou de todos os dias da festa de Sukot. Ora, se Shemini Atseret é a convocação sagrada no oitavo dia de Sukot, conclui-se que o Mashiach guardou esta solenidade, pois todos os israelitas voltaram para suas casas somente após a conclusão da festa, e Yeshua estava no meio deles (Jo 7:53).


Pr. Bruno Alves

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