sexta-feira, 8 de abril de 2011

A HISTORIA POR DE TRAZ DA HISTORIA

         Lembro-me que naquele dia acordei com um sentimento angustiante em meu peito, a manhã estava sem vida e sem graça, os pássaros não encontravam motivação para cantar. O vento parecia assustado, pois açoitava fortemente as folhas das arvores em redor, talvez fugindo de algo que somente mais tarde eu saberia o que era, tudo estava muito confuso em minha mente, pois até aquele momento eu não estava conseguindo entender por que a alegria e a vida de todas as manhãs decidiram simplesmente não dar o ar de sua graça, me levantei e fui até a janela intentando tomar um pouco de ar fresco, ao abrir a janela percebi que o sol estava imponente e majestoso como em toda manhã ensolarada, porém não havia sentido aqui na terra para que ele brilha-se lá no céu, tipo um rei sem coroa, o mar sem onda, a primavera sem as flores e as cores. O clima estava tenebroso e apesar de não conseguir ver eu podia sentir a presença do mal, uma morbidez assombrosa tomava conta de tudo em meu redor, voltei correndo pra minha cama. Estava confuso e agora assustado, era como se toda aquela situação estivesse me preparando para algo terrível que dentro de instantes aconteceria, derrepente ouvi passos como de uma grande multidão e um grande alvoroço se formou nas ruas e vielas próximas a minha casa e movido por uma curiosidade quase que incontrolável decidi ir ver o que estava acontecendo. Ao sair de casa percebi que a multidão já tinha ido embora, mais como a curiosidade ainda me consumia parti atrás deles para saber de uma vez por todas o que estava acontecendo, péssima idéia. Ainda meio que de longe percebi que se tratava de um linchamento, confesso que até pensei em chamar a guarda real, foi quando percebi que eram eles que estavam patrocinando o massacre, porém isso não foi o que mais me impressionou. mas a multidão que se formara por causa daquele homem que estava sendo linchado isso sim me chamou muito a atenção, só pra que se tenha uma idéia a cidade simplesmente parou naquele dia, então pensei, deve ser um prisioneiro muito importante para causar tamanho alvoroço assim. Comentei com uma moça que estava ao meu lado, ou é um estrupador ou é um desses políticos safados! se for do P.T é bem feito disse-me uma senhora que vinha passando, até então pensava eu, este homem vai apanhar mais um pouco e depois será liberado, que ingenuidade a minha! O que eu não sabia era que ele já havia sido condenado à morte e pasmem todos, aquele homem por unanimidade do povo foi condenado à crucificação. Quando percebi que o caso era mais serio do que eu pensava ser, decidi me aproximar mais um pouco, intentando ver o rosto do bandido. Péssima idéia outra vez! Depois que eu me situei e não estava mais alienado acerca do que estava acontecendo, percebi que o clima continuava tenebroso, só que agora mais medonho do que antes, o povo transpirava ódio, os soldados pareciam estar drogados, pois espumavam pelos cantos da boca e pareciam estar com os olhos esbranquiçados, foi tudo muito assustador. Sabe, o que mais me deixa emocionado é lembrar que quando consegui olhar para ele naquela situação a impressão que eu tive era que tínhamos ali um homem inocente sendo condenado injustamente por algo que não havia cometido, mais quando eu fui gritar, pare com isso ele é inocente, senti uma presença enorme e assustadora chegar por de traz de mim e dizer ao meu ouvido: grite, é isso ai Crucifiquem-no! e sem conseguir resistir àquela ordem que me possuiu por completo gritei, e como em um coro todos gritaram junto comigo Crucifiquem-no! Crucifiquem-no! Crucifiquem-no! Agora imagine, eu que não tinha nada a ver com toda aquela situação me tornando numa espécie de regente de um coral diabólico. Havia um soldado que estava bem próximo de onde eu estava e mesmo possuído com o mesmo ódio que consumia a multidão tive medo dele, a bem da verdade eu estava com ódio do bandido e ao mesmo tempo com ódio dos guardas pela covardia que eles estavam cometendo, não demorou muito e o guarda me chamou e obrigou-me a carregar a trave da cruz para ajudar o prisioneiro que já estava todo ensangüentado e quase morto, aquela voz medonha continuava a me manipular dizendo: isso me ajude a destruí-lo e você será muito bem recompensado em meu reino. Quando me aproximei para ajudar aquele homem e ele olhou em meus olhos e deu um sorriso meio que amarelado e sujo de sangue eu fui instantaneamente e literalmente arremessado ao chão, era como se com aquele sorriso ele me disse-se: não tenha pena de mim por que se eu quisesse eu me livraria facilmente desta situação. Levantei-me do chão e peguei a trave de sobre os seus ombros, estava emocionado e confuso, quando o sangue daquele homem tocou em mim todo o ódio que eu sentia dele e dos soldados simplesmente sumiu a voz que me possuía e me manipulava deu lugar a uma doce e serena voz, que dizia: não tenha ódio destes homens ou desta multidão, pois eles não sabem o que fazem e são igualzinhos a você. Comecei a chorar convulcionadamente e perguntei: Quem é o senhor e por que eles estão fazendo isto? Ele me respondeu: aprouve a Deus que eu sofresse tudo isso por amor a ti por que você não iria agüentar. Ali se iniciava uma bela amizade por que aquela crucificação dividiria a historia da humanidade e daria um novo rumo a minha até então insignificante vida, ele ainda me disse: Depois que tudo isso acabar todas as vezes que aquela voz tentar te possuir faça uso da nossa amizade e invoque o meu sangue derramado e eu te livrarei de todos os seus medos por que agora você é meu amigo e eu sou o seu Senhor e irmão mais velho, te deixei vivenciar a historia da minha vida só para poder mudar a historia da sua.

       "Invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás" (Salmos 50:15)


Pr. Bruno Alves

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